Por Ana Amélia Melo *
A cidade litorânea de São Miguel do Gostoso, a 120 km de Natal, teve um dia de grande mobilização social. Como parte das ações do ano temático que celebra a Democracia na programação e ações presenciais do Futura, a equipe de Mobilização Comunitária participou do cortejo que reuniu centenas de moradores pelas ruas do município.
No caminho foram realizadas várias paradas, com apresentações teatrais dos jovens do grupo TEAR e leitura dos artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, em meio a aplausos e músicas. Uma justa homenagem aos 60 anos da Declaração, que será comemorada no dia 10 de dezembro.
Uma caminhada por direitos básicos
Em face dessa comemoração e buscando levar aos cidadãos de São Miguel os princípios expressos da Declaração, Padre Fábio Santos, pároco da cidade e também membro do Centro de Direitos Humanos e Memória Popular teve a idéia de sensibilizar toda a comunidade para o que representam os direitos básicos que lhe são assegurados, como educação, moradia, cidadania, saúde e outros que compõem os artigos da Declaração.
A idéia foi partilhada com a comunidade e contou com a participação do conselho de moradores, igrejas católica e evangélica, escolas municipais e estaduais, Programa de Erradicação do Trabalho Infantil – PETI, Fórum de Participação Popular nas Políticas Públicas – FOPP, instituições do Estado como a Ouvidoria de Defesa Social, a Coordenadoria da Defesa dos Direitos da Mulher e das Minorias, a Federação de Umbanda e Candomblé - FEUC e outras representações da sociedade civil.
O cortejo foi encerrado no Centro de Múltiplo Uso, onde ocorreu a solenidade de abertura da primeira ação com o objetivo de tornar São Miguel do Gostoso uma Cidade Universal dos Direitos Humanos. Pretensão? Não, talvez obstinação de uma comunidade que busca uma sociedade mais justa e igualitária, através de uma ação coletiva, ecumênica e colaborativa.
Padre e pastor, por um bem comum
Uma prova do respeito às diversidades e especificidades dos moradores. Na abertura, pudemos contemplar um padre e um pastor conclamando, na mesma mesa, por direitos iguais para todos os cidadãos, pelo respeito às diferenças e à vida. Nesse momento foram entregues os Kits Direitos Humanos para a Biblioteca Municipal e a Biblioteca do Espaço TEAR pelo Sr. Roberto Monte, do Centro de Direitos Humanos e Memória Popular.
Cada kit contempla um acervo de livros, textos, catálogos e demais publicações sobre direitos humanos. Todos os presentes também receberam um livro com a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Uma exposição fotográfica bem peculiar também marcou o evento: 30 fotos, em banners, traziam um artigo da declaração e uma imagem para representá-lo.
No período da tarde reuniram-se o poder público e a sociedade civil, no Espaço TEAR, para discutir e pensar estrategicamente as próximas ações na cidade até dezembro de 2008.
Estas contemplam a realização de cursos de Agentes da Cidadania, uma conferência municipal de direitos humanos, implementação do Plano Estadual de Educação em Direitos Humanos, entre outras atividades. Os resultados serão apresentados em dezembro, na Conferência Nacional de Direitos Humanos.
À noite, com velas acesas e sob uma lua cheia maravilhosa, os participantes atenderam à convocação para a realização de uma celebração luminosa, a “Via Sacra dos Direitos Humanos”, uma caminhada com sete paradas ao longo da via, em que se declamavam artigos.
* Ana Amélia Melo é analista regional de Mobilização Comunitária do Futura em Natal.
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